Novos Cabelos

Eu e o Bruno estavamos cansados da nossa juba de decidimos cortar-la fora. Até então, aqui na Itália, eu cortava o meu próprio cabelo. Mas dessa última vez decidimos ir em um lugar mais profissional para ganhar um Summer look.
Fomos no Jean Louis David e pagamos 19,00 Euros para lavar e cortar.....
vejam o resultado....
eu pareço um japonês mendigo e o Bruno um argentino.
mierda!

Ian Callum

Para a materia de Teoria e storia dell Design nós recebemos a tarefa de fazer uma tese sobre um case de Design, poderiamos escolher o objeto que quisessemos ou falar somente sobre um designer qualquer que não fosse italiano. Eu escolhi Ian Callum e essa é a minha tese:

Quando somos crianças sempre sonhamos alto. Nos imaginamos como Astronautas, Jogadores de futebol ou Rock Stars. Mas conforme o passar do tempo nossos valores mudam e com isso as nossas metas e objetivos também.

Para Ian Callum a história é diferente. Quando ele tinha 14 anos de idade, mandou um desenho de um carro conceito para o centro de design da Jaguar. Hoje o pequeno menino sonhador se tornou o Diretor Chefe de Design da Jaguar Cars Limited.

Mas, apesar dessa história ser quase que um conto de fadas, o fato mais importante a ser comentado é a revolução que ele criou na marca de carros Britânicos. Podemos dizer revolução em dois sentidos: Revolução no sentido formal do desenho e formas de linguagem da marca. E também como revolução  tecnológica no sentido de novas formas de produzir carros e de explorar novas tecnologias.

Antes de nos aprofundarmos sobre os seus feitos mais recentes, devemos entender a sua origem, para depois analizarmos como ela se refletiu até os dias de hoje.

Nascido em Dumfries, Scotland, no ano de 1954, Ian Callum passou a sua infância adimirando o auge da indústria automobilística Britânica dos anos 60. Neste periodo a Jaguar lançava em 1961 o modelo E-Type, uma máquina que ainda hoje è considerada a mais linda de todos os tempos.

Após alguns anos, ele entrou na Lanchester Polytechinics School of Transportation Design, Aberdeen Art College e terminou a sua graduação na Glasgow School of Art como desenhista industrial.

Logo depois estudou na Royal College of Art em Londres, onde serviu de inspiração para o seu irmão mais novo (Moray Callum) que decidiu mudar de carreira e estudar para ser designer de transportes.

Em 1979 ele trabalhou na Ford onde era responsável pelo desenho de volantes e partes pequenas.

Durante a transação da compra da empresa Carrozzeria Ghia pela Ford, Ian Callum foi apontado como Diretor Chefe de Design da empresa Torinese.

Em 1990 decidiu sair da Ford para trabalhar junto com amigos em uma empresa especializada em corridas em geral chamada TWR.

Ele se encarregava do setor de Design e de Gerente geral da TWR. Durante a sua direção foram criadas máquinas como o Aston Martin DB7 e Aston Martin Vanquish. Mas seu maior feito na empresa foi a colaboração de projetação do Jaguar XJ220, que era uma máquina que mostrava todos os melhores recursos tecnológicos disponíveis na época. Por esta razão, o XJ220 foi o carro mais rápido do mundo entre os anos de 1992 até 1994. Inicialmente este carro usaria o motor V12 feito pela própria Jaguar, porém ele teve que ser alterado devido as novas regras contra as emições de poluentes. O time da TWR foi chamada para surgir com uma solução. Eles mostraram um motor V6 de 3.5 litros com dois superchargers que criava a potência de 542 hp. Para época este era o motor com melhor desempenho do mundo.

Esta parceria entre a TWR e a Jaguar foi uma relação muito saudável que resultou na ajuda da passagem de Ian Callum para a Jaguar. De fato, em 1999, Callum foi chamado para ser o Designer Chief da Jaguar. Este era o seu sonho de infância e tudo que ele sempre queria. Porém, a marca Britânica se encontrava em um mal periodo.

O ex-Designer chefe da Jaguar (Geoff Lawson) tinha acabado de morrer e deixado o cargo em aberto enquanto a empresa estava indo a falência.

Callum não apenas assumiu o controle do Studio de Design da Jaguar, mas tambem da Aston Martin (as duas pertenciam a Ford) porém somente por um curto periodo, no qual lançou as principais linhas e o conceito do futuro Aston Martin DB9 que seria lançado oficialmente em 2004.

Assim que entrou na Jaguar ele teve a tarefa de dar continuidade ao lançamento de um modelo de baixo custo que tinha sido primeiramente projetado por Geoff Lawson. Até hoje ele diz que não se sente 100% contente com o modelo.

Apesar do modelo X-Type ser de baixo custo, não foi bem aceito pelo mercado ou pelo público. Isso implicou num maior agravamento da falência da Jaguar. Foi quando Ian Callum decidiu agir e mostrar um novo rumo para a empresa. Em uma reunião com o CEO e os diretores gerais ele apresentou quais deveriam ser as metas da marca e que tipo de visão a Jaguar deveria transmitir, surgiu então, o conceito dos “Beautiful, Fast cars”. Este conceito tinha o objetivo de resgatar a essência da marca baseando-se nos modelos de 50 e 60.

Para dar início a esse processo de transformação, Ian Callum começou a projetar um coupê esportivo que seria chamado como o novo do XK. Ele procurou criar linhas puras e elegantes inspiradas no modelo E-Type de 1961. Ele queria resgatar a visão de uma marca que era glamourosa e esportiva, igual a Jaguar era na década de 60.

O novo modelo do XK foi lançado em 2006 junto com a nova linguagem gráfica da marca, que agora era mais leve, limpa e moderna.

O XK trazia inovações para a marca, como o chassis monocoque de alumínio leve, o sistema de suspenção (CATS: se ajustava as variações da estrada automaticamente), etc…

O carro era tão rebaixado e fino que Ian Callum teve que trabalhar em um sistema que protegesse os pedestres em caso de um atropelamento, pois o capô era muito longo e plano. Em um caso de atropelamento o passageiro poderia bater a sua cabeça em uma área dura do motor. Para evitar isso, Callum trabalhou junto com Mike Cross (Engenheiro Chefe) em um sistema que funcionava mais ou menos como um Capô Air Bag: Na hora da colisão o capô se distânciava alguns centimetros do motor, absorvendo a colisão e evitando o contato da cabeça com o motor.

Outra intervenção que fizeram no capô foi a criação de estruturas com o formato de células hexagonais: Essas células também ajudavam na absorvição do choque do pedestre e evitavam a deformação do capô.

Porém, apesar do lançamento do XK ser bem aceito por todos, a Jaguar ainda continuava a rumo da falência. Por isso em Março de 2008 ela foi vendida para a Indiana Tata Motors junto com a Land Rover.

No mesmo ano a Jaguar lançou o carro que traria a marca de volta ao rumo, o XF.

Existem produtos que quando lançados mudam a história da empresa, por exemplo: O Ipod e a Apple, os Sticky Notes e a 3M ou o N°5 e a Chanel.

O lançamento do Jaguar XF mudou a história da marca de um modo tão forte e importante quanto o icônico E-Type.

O XF entraria no mercado de sedãs médios de luxo. Nesta area do mercado prevalecia principalmente os grandes carros das montadoras alemãs (Audi, BMW, Mercedes). Ian Callum tinha um grande problema antes de desenvolver o XF. Ele teria que cria rum carro tão atraente e competitivo quanto os outros no mercado, porém o carro teria que ter elementos que representassem a herança e valores da marca, já que a Jaguar tinha mais de 70 anos de vida. Sem mencionar que a marca estava praticamente falida.

O XF conseguiu superar todos esses problemas. O carro era realmente único no mercado: Apesar de ser um sedã, ele tinha linhas de um coupê. A traseira remetia aos desenhos dos Aston Martins de Callum e a frente agora tinha um novo conjunto de faróis mais agressivos e esportivos, porém, que relembravam a marca (o desenho com quatro faróis ovais típicos da marca foram abandonados dando lugar a um par simples, pois era mais aerodinâmico). O grande triunfo foi a nova grade frontal que era inspirada no modelo XJ6 de 1968 (esse foi o último carro projetado pelo fundador da Jaguar, Sir William Lyons). A grande grade retangular cromada servia como a nova identidade da marca.

O desenho do exterior do carro foi todo feito para ser o mais aerodinâmico possível. Por isso ele foi projetado primeiro pelo sistema CFD (Cmputacional Fluids Dynamics) e só depois passou pelo teste do tunel de vento. Por isso ele possuí um perfil de coupê (frente baixa e estreita e traseira elevada).

O seu chassis também foi feito como o do XK, monocoque de alumínio leve, assim como a suspenção CATS.

O interior do carro era um show único. Quando se entrava no carro reparava-se em um botão de partida que piscava como uma batida de um coração. Logo após o acionamento do botão o carro ligava e uma série de mecânismos se acionavam: Os ventiladores do ar condicionado se abriam, o botão da manopla de cambio se erguia e o carro todo parecia estar vivo e se comunicando com os ocupantes.

Outro aspecto novo desse carro era o uso dos materiais no revestimento do interior. A Jaguar sempre foi conhecida como uma marca de carros de luxos e tradicionais. No XF eles resolveram utilizar os mesmos materiais já tradicionais da marca, mas de uma forma mais moderna. Por isso se encontram linhas mais retas e menos arredondadas que criam um ambiente mais sóbrio, minimalista, porém aconchegante.

Ian Callum ainda trabalha na Jaguar hoje. Após o lançamento do XF a empresa teve um aumento de 74% nas vendas e aproveitou a alta publicidade para lançar o novo XJ em 2010(sedã premium de luxo, maior que o XF). E já este ano foram lançados os novos modelos do XK e do XF, com isso, agora a marca esta com toda a sua frota renovada.

O pequeno garoto sonhador nunca poderia ter imaginado que um dia seria uma pessoa tão importante na empresa que sempre sonhou em trabalhar, ou muito menos que seria responsável de trazer a sua marca dos sonhos em pleno auge uma outra vez. Por ser uma pessoa de visão e atitude, eu considero Ian Callum um dos melhores Designers automotivos de todos os tempos.
         

Macallan 18 & Shwood sunglasses

Ok, semana passada eu fui para Glasgow na terra do whisky. Para quem me conhece, sabe que eu sou um super fã da bebida. Lá eu tive o enorme prazer de desfrutar dos mais diversos Scotches da Escócia sem pagar quase nada. Entre os diversos whiskies que eu provei, um chamou muito a minha atenção: Macallan.

Por isso quando eu achei essa noticia na web eu fiquei muito feliz.

A turma de marketing dos Whiskies Macallam e dos óculos Shwood resolveram juntar forças e criar um kit de brindes para o dia dos Pais. Com uma notícia dessas até eu gostaria de ser Papai! hauhauahu

O casamento das duas empresas foi perfeito! A Macallam é uma empresa super tradicional da área de whiskies e a Shwood é uma empresa americana nova que produz óculos feitos interamente de madeiras!(fetiche)

O kit vem em uma caixa rústica de pinus. O whisky e o óculos são embrulhados com tiras de papel como mercadorias antigas de navios piratas. A "capinha" do óculos é feita com tecido tweed e tem detalhes em couro.

Excelente idéia e iniciativa das empresas! Só que elas podiam puxar um pouco mais os limites: Que tal se os óculos da Shwood fossem realmente feitos com a madeira dos barris de Whisky? 

http://www.shwoodshop.com/

http://www.themacallan.com/home.aspx

Glasgow

Dizem que na Inglaterra a frase mais conhecida entre os ingleses é "God save the Queen". Em Glasgow essa frase recebeu uma nova versão: "God fuck the Queen".
Robbie Tennent veio aqui para Torino pelo programa de estudos do Erasmus. O primeiro apartamento que ele estava alugando não deu certo e por irônia do destino ele veio para aqui no Foyer. Lembro do primeiro dia que eu conheci ele e o Ross Cameron (outro Escocês). Estavamos na cozinha e eu explicava como funcionava o sistema da casa. Os dois estavam bem bravos pelo fato de terem se mudado para o Foyer, mas, após algumas semanas de convivência, os dois se acostumaram com a vida aqui e eu e o Robbie viramos grandes amigos.
Infelizmente, ele finalizou o seu trabalho aqui e voltou para Escócia. Até agora, nestes meus primeiros meses estudando aqui na Itália, este foi o capítulo mais pesado que eu já passei...a perda de um amigo. A despedida aqui em Torino não foi tão difícil quanto eu pensava, porque, logo depois que ele voltou para Escócia, eu e os outros brasileiros (Bruno, Evelyne e Renata) fomos visitá-lo.
A pedido de um convite de um amigo, nós viajamos este final de semana para Glasgow. Ele iria fazer uma festa de aniversário e eu pecisava estar presente.
Eu nunca fui tratado tão bem em um aeroporto na minha vida. Na verdade, existe uma enorme diferença entre o tratamento formal dos Italianos comparado com os Escoceses: Os Italianos são sempre muito grossos, rudes, cabeças duras e acham que a Itália é o centro do mundo. Já os Escoceses são muito mais simpáticos e sociáveis...todo mundo que eu conheci na Escócia (desde o motorista de taxi até a mãe do Robbie) são pessoas muito amigáveis e amáveis que sempre tentam criar um clima de descontraçaõ e gostam de te tratar bem.
Enfim, ficamos lá por seis dias e todos nós adoramos. O Robbie fez um papel de guia e nos mostrou tudo de bom e tudo ruim de Glasgow... eu simplesmente me apaixonei pela cidade! É realmente impressionante o quanto cultural é Glasgow: Eu fui em um museo onde tinha uma sala com Monet, Picasso, Pissaro, Van Gogh... e na mesma semana eu fui comtemplar artes comtemporâneas em um edifício desenhado pelo Mackintosh. A cidade é muito interessante.
Outro fato que foi muito bom para mim foi que nós ficamos hospedados na casa do Robbie, assim, eu pude observar como que funciona o dia a dia de uma familia com uma cultura diversa da que eu estou habituado.
Sem dúvidas esses seis dias foram os melhores dias da minha viajem até agora... e sem dúvidas Robbie Tennent foi o melhor amigo que eu fiz aqui na Itália.